O infinito Amor!

Recebi hoje um texto lindíssimo que a Mila me enviou intitulado “Mil e uma Noites” do mestre Rubem Alves.

O texto fala do Amor... Amor esse que pode ser traduzido como uma infinita vontade de se entregar, de se deixar levar. Jorge Luis Borges, escritor argentino, diz que “Falar em mil noites é falar em infinitas noites. E dizer mil e uma noites é acrescentar uma além do infinito”.

Quem não quer infinitas noites de amor? Noites de amor cálido, sóbrido, doce e encantador?
Aquele amor que a vela da vida que se consome com o tempo, dia após dia, insiste em se apagar e que com a luta diária tentamos ardentemente impedir que o vento não chegue até ela... Muitas vezes impossível, mas é de imprescindível necessidade a tentativa.

Xerazade, mulher encantadora, bela e culta consegue proporcionar os prazeres mais envolventes pela sua fala. Fala doce, suave e inebriante. Rubem diz que “uma pessoa é bela, não pela beleza dela, mas pela beleza nossa que se reflete nela...”. Nesse caso, o Sultão, já realizado de amor físico, não é de todo atormentado pela sua necessidade vingança, ele começa a perceber a beleza que cabe a ela “Sua Mulher” a partir daquele momento. Com isso, sua sede de justiça foi adiada mil noites e um dia a mais.

Toda a nossa vida está intimamente ligada aos fatores falar e ouvir e o amor em si não poderia deixar de seguir essa regra. Por isso tantos amores fracassados e tantos não realizados. A necessidade de um em falar em demasia e a dificuldade do outro em se expressar, ficando assim só ouvindo, prejudica e conduz o relacionamento a noites finitas, já com data para se apagar.

O fim... O fim não existe para os amados amantes. Esses sim, esses sabem se expressar. Sabem ouvir e sabem falar. Fala mansa, audição quieta.
O amor, verdadeiro amor é isso... Ser infinito!!! Saber ouvir, saber falar, é ser homem e ser mulher é saber usar da androgenia e ser feliz!

É ser mil noites e mais uma... É ser além do infinito!!!!

Mês de junho, mês dos amantes e amados, o que me vem à cabeça neste momento são músicas de Chico que insistem em me acompanhar...
Uma delas (tantas delas) fala desse amor... Desse amor infinito...
Só o mestre Chico mesmo para expressar com tanta clareza e pureza (Chico Puro?! Oh Deus!!!) o verdadeiro e infinito amor que mesmo na descoberta do último momento, prefere ter seu encontro na delicadeza com todo o seu sentimento lutando em refazer o que em o momento se desfez:

Todo Sentimento
Composição: Chico Buarque e C. Bastos

Preciso não dormir / Até se consumar / O tempo da gente / Preciso conduzir / Um tempo de te amar / Te amando devagar e urgentemente / Pretendo descobrir / No último momento / Um tempo que refaz o que desfez / Que recolhe todo sentimento / E bota no corpo uma outra vez / Prometo te querer / Até o amor cair / Doente, doente / Prefiro então partir / A tempo de poder / A gente se desvencilhar da gente / Depois de te perder / Te encontro com certeza / Talvez num tempo da delicadeza / Onde não diremos nada / Nada aconteceu / Apenas seguirei / Como encantado ao lado teu.

Desejo a todos, que não deixem as noites erminarem com o vento que apaga a vela, mas com o sopro que a faz reacender.
Até mais...
Fer Marques

Mila amei o texto... Percebeu que foi a inspiração do dia não é mesmo?!
Amei as fotos também... Estou pensando em fazer um trabalho com elas, depois te mostro a idéia... Obrigada pela presença amiga.
Moreno e Re: Sóbrio: Que tem controle sobre seus apetites ou paixões. Encontrei a definição correta.